Solidariedade ao Grupo Saravá!

O Grupo Saravá, um histórico coletivo de tecnopolítica brasileiro, sofreu nesta segunda-feira, 28 de abril, a apreensão de dois discos rígidos do seu servidor principal pelo Ministério Público Federal. Os discos foram apreendidos por um representante do MPF após o coletivo se recusar a entregar, colaborar ou conceder qualquer tipo de acesso aos dados dos seus usuários. Os discos tinham 6 terabytes de dados, todos criptografados.

O Saravá perdeu parte do seu equipamento para garantir a privacidade dos seus usuários, dando assim exemplo de como resistir à violência e aos abusos do poder. Mas o que acontece quando as autoridades requisitam os dados dos usuários para os provedores de serviços comerciais?

Diferente dos muitos provedores comerciais, como o Google e a sua cooperação com o MPF/SP, o Saravá é signatário da Política de Compromisso dos Provedores com a Privacidade e, além de não guardar logs dos IPs dos seus utilizadores, os dados são armazenados criptografados.

O universo acredita na criptografia. É mais fácil criptografar do que decifrar, como bem nos lembra um grande cypherpunk exilado na embaixada do Equador, em Londres. Apesar desta estranha propriedade do universo jogar a favor, é necessário todos ficarem alertas com os possíveis novos desdobramentos do caso e defender como for possível o Grupo Saravá. A sua derrota implica uma ameaça séria e coloca em risco as nossas liberdades individuais e direitos coletivos de auto-organização e participação democrática.

em solidariedade,

gus

abril / 2014